domingo, 24 de fevereiro de 2008

Into the wild

Eu andei. Não, corri. Corri por toda Itacolomi, molhada de chuva. Respirando sua juventude. Imaginando seus retornos embriagados no terceiro andar daquele prédio. Nos meus lábios, o roxo de um vinho francês do restaurante de esquina. No celular, uma mensagem que nunca chegou. Cuidado. O outro me respondeu, com louvor. No coração, um amor que transborda de mim. Alaga a zona norte. Um amor que não suporto. Meus olhos enchem de lágrimas e ainda estou na esquina com a Piauí. E penso no filme que vi. Tão você, e tão eu. E ele. E me confundo. E me isolo. Nas ruas vazias de um domingo à noite chuvoso e com o Oscar passando na TV, só minha respiração é ouvida. Forte. Quase um pedido de socorro. Passo pela casa de minha chefe. E tudo está escuro no quinto andar da mulher mais feliz que conheço. E tudo está escuro em mim também. A lua decrescente ilumina meu caminho perto da santa e suas velas. A luz do posto na Jaguaribe me cega. E eu só penso em você. Penso que sei. Eu amo sozinha e queria sugar de você todas as suas aflições. Porque amar é isso. É guardar em si as aflições do outro. Mas quem vai tirar as minhas? Em qual ombro vou recostar minha cabeça e dormir tranquila? Podia tanto ser você...
Happiness is only real when you share...

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