terça-feira, 31 de dezembro de 2013

E foi

E então 2013 começou após um vômito. Tudo limpo, feito o estômago de quem se descuidou e bebeu água da torneira numa madrugada quente no Rio de Janeiro. Enjoo e fogos de artifício em Copacabana. Barulho e solitude. Anda mais rápido e para frente quem sabe-se sozinho. Anda. Para. Frente.

 E anda de ônibus. Ou a pé, da Faria Lima ao shopping Morumbi. Com uma coroa de flores brancas na cabeça. Andou-se muito em 2013. Tanto que chegou aqui, do outro lado do oceano.

Anda-se sozinha, mas durante a caminhada, há de se encontrar companhia. Não há mais pai, talvez nunca tenha existido, nem avó, que se despediu elogiando meu cabelo manchado. Mas tem irmão que, com uma tatuagem, fechou meu corpo para as tristezas e descuidos do coração. Tem o avô que é só amor. Tem a madrinha com seus brincos de brilhantes, as tias que estão para o que der e vier, as primas que viraram mulheres fortes, dessas que cuidam dos outros. Tem a amiga que cuida à distância, a que te dá um envelope recheado de vida real, a que diz que te ama e sente saudades. Os amigos que compartilham meus pensamentos e meu corpo. O amigo que está vendo o pai apagar e não podemos fazer nada. Só comprar uma rifa. E há o amor, puro e sorridente, lá do alto do morro, regendo todos os encontros e desencontros.

2014 vai ser imenso. Periga não caber em 365 dias.