domingo, 3 de fevereiro de 2008

Amarelo

Está anoitecendo amarelo em São Paulo. Enxofre demais no ar. Pôr-do-sol nauseado. Doente. Como a fruta que cai do galho e se espatifa no chão. Amarela. Como o suicida que desiste de tudo no décimo sétimo andar. E, no chão, só há o som dos ossos quebrados. E fluídos amarelos escorrendo pela calçada. Como meu amor por você. Amarelo. E a flor sem vida, sem razão, sem vontade e... amarela. Jaz em cima da alma que você matou. Por descuido, por não regar. A noite está amarela porque cansou. E eu também.

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