quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Antes do pôr-do-sol

Eu tive a minha história. Fui Celine, ele, talvez Jesse. Mas tudo diferente. Porque é vida real. Eu brasileira, ele grego. Não na cidade que fui procurar, Viena, mas em Buenos Aires - onde fui para me encontrar.

E agora a Saudade e o Destino tomam uma Quilmes ao som de um bom tango - que é a música dela - ali no bar da esquina enquanto a Insônia me visita.

True story - VII

Mais tarde, via facebook:

Erotas is when you fall in love
And psixi is the soul


Há uma razão para tudo.

True story - VI

Eles falaram de Nietzsche, Sócrates, Eros e Psique. Beberam vinho. Dançaram tango na rua. Tomaram chuva. Ele fumou maconha numa rua deserta em San Telmo abraçado a ela. Ela contou segredos para ele. Ele falou em grego com ela. E ela não entendeu nada. Despiram-se. Dormiram.

Há uma razão para tudo.

True story - V

- Por que seus familiares foram para o Brasil?
- Ah, não sei. Faz muito tempo. Acho que para ter uma vida melhor.
- E você tem uma vida melhor?
- Tenho.

(as respostas foram tão rápidas que ela se assustou com as palavras que cuspiu. É, sua vida era boa).

Há uma razão para tudo.

True story - IV

Depois do beijo, ele segurou a mão dela. E assim foi até a hora de ir embora.

Há uma razão para tudo.

True story - III

- Sabe, os brasileiros gostam de bunda. Os americanos, de peito. E os gregos?
- De tudo.

Há uma razão para tudo.

True story - II

Ele precisava de ajuda para comprar uma passagem para Assunción. Ela, com um portunhol de quinta categoria, foi junto - ela não se convidou. A inglesa que iria ajudar queria ver a milonga em San Telmo e não daria tempo. Logo...lá foi ela de minissaia preta.

Eles andaram mais de uma hora. Perguntaram em mais de 10 guichês. Ele não comprou a passagem. Saíram da rodoviária. E o tempo que seria perdido foi brindado com fogos de artifício explodindo no céu de Buenos Aires. Sem motivo aparente.

- Eu fiz para você. Para seduzir você.
(ela ri. silêncio)
- Me diga se está funcionando?
(silêncio)
- Sim. Está.
(não que ele precisasse, porque ela já sabia que iria ficar com ele, mas sedução nunca é demais, certo?)
- Na minha terra, quando os fogos explodem e fazem "bum", é hora de beijar a moça.
- Na minha também.
(bum!)

Há uma razão para tudo.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

True story - I

Baseado em fatos e pessoas reais. Não há nenhum recurso de licença literária ou exagero, trust me.

Ela tem 30 anos. Casa própria, uma série de manias esquizóides, um trabalho que ama (apesar dos pesares) e um coração partido. Foi viajar porque ganhou a passagem de presente. Destino: Buenos Aires, de avião. Hospedagem: um hostel em San Telmo.

Ele, 24 anos (quase 25, segundo a apresentação) e não quer envelhecer, é estudante de arquitetura, leonino, disléxico, cipriota (mas com endereço "fixo" em Atenas, Grécia) e dirige uma moto prateada. Tem uma namorada que morreu porque era vítima de Chernobyl, outra que se matou, dois abortos no currículo, uma cicatriz no joelho, um luto no coração pela morte da mãe em um acidente de carro há dois anos, um avô que conheceu Fidel e Che porque era do partido comunista grego e um pau enorme. Começou a viagem pelo sul da Argentina para encontrar um amigo e, antes de ir à Assunção, no Paraguai, para as festas de fim de ano, parou sozinho em Buenos Aires, de ônibus. Hospedagem: um hostel em San Telmo.

Há uma razão para tudo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

11 de dezembro

Há um ano minha casa estava revirada e uma criança pulava na minha cama.

Hoje minha cabeça está revirada.

Esse dezembro está parecendo setembro.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Arco-íris

Quando chove muito e faz sol, o céu se colore de repente, sem avisar. São sete cores para aliviar a dor. Quando ela era pequena, leu num livro a história de um menino que virou menina e de uma menina que virou menino após passar por baixo de um arco-íris.
Depois teve aula de Física e explicaram para ela como aquelas listras se formavam. Ela não lembra mais a razão.
Tem um música também que fala disso...em inglês...Rainbow. Arco de chuva. É bonito pensar que aquela água toda, tão instável (às vezes despenca com toda força do mundo, às vezes é leve e só salpica a pele), pode ser um arco colorido de tons suaves. Tão forte e tão delicada.
São raros os arco-íris nas cidades. Quando aparecem, dizem que é bom fazer um pedido.
Nesse dia de chuva que parou São Paulo não há nenhum na minha janela. Mas eu queria que tivesse...Eu tenho um pedido:

"Queria que tudo fosse muito simples. Que eu gostasse de você e você de mim. Que eu pudesse encostar minha cabeça no seu peito (parece música do Lulu Santos...) e que o tempo passasse bem devagar. Sem dia seguinte. Sem gente que volta, sem gente que parte. E pronto". Eu seria feliz. Bem simples assim.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vaidade

É a vaidade que move o mundo. Não é o amor. Não é o querer bem. É só vaidade.

"Foi bom como nunca tinha sido"

E você não faz nada por que...

A) Você é um idiota
B) Você é covarde
C) Você é sádico
D) Você é vaidoso
E) Todas as alternativas anteriores?

domingo, 6 de dezembro de 2009

Guess what?

Nada mudou por aqui. Então, na real, ficar ou não ficar também não faz diferença. E fui embora porque não sou palhaça. Acho que foi por isso. No fundo.