terça-feira, 29 de abril de 2008

Então, Eva mordeu a maçã...

Da série: causas e consequências - III

"...Other cities always make me mad
Other places always make me sad
No other city ever made me glad
Except New York
I love New York
I love New York
I love New York

New York is not for little pussies who scream
If you can't stand the heat, then get off my street..."

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nos domingos ensolarados...

...sinto falta do par de olhos verdes, das três pintinhas no ombro, do cafuné enquanto recostava minha cabeça no peito dele e da possibilidade de passar a vida em uma ilha ouvindo forró.

Mas, ok. Já passou.

Mais estranho que a ficção

Pior do que escrever para desconhecidos conhecerem minha dor, é reler o sofrimento passado. Lendo antigos posts, não me reconheço. Sinto alívio. E tristeza por ter ficado triste. Rumino. E vou embora.

Eu falei numa noite e nem lembrava:

Sobre homens...."Pode ser feio, pode ser chato, tudo bem. Mas cafona, cafona não!"

É isso aí.

domingo, 27 de abril de 2008

O menino que comia livros

Contos de Fadas para a Criança Sabedoria - II

Começou cedo. Logo que desmamou das tetas fartas da mãe enxaqueca, devorou o primeiro conto de fadas que ouvira falar. Era a história do Isqueiro Mágico, de Hans Christian Andersen. Ele só comeu as páginas escritas. Deixou as ilustrações penduradas na parede como um caçador deixaria as cabeças dos servos que capturou na floresta. E apreciou a cena do cadeirão de madeira logo após tomar o suco de laranja lima que a mãe enxaqueca havia espremido com tanta reclamação.
O menino crescia forte. A base de literatura. Cansado do sabor adocicado das fábulas, experimentou a literatura clássica. Moby Dick o alimentara por uma semana. E Robson Crusoé abrira ainda mais o apetite do menino que comia livros.
Aos sete anos, já havia esvaziado boa parte da estante do pai felicidade. Que nem ligava. Só sorria. Achava engraçado não precisar gastar na feira com alimentos frescos para seu rebento. A estante satisfazia - e alimentava - o menino que comia livros.
Na escola, sentia vergonha. Os olhares dos amigos o censurava. No recreio, comia escondido as páginas recicladas do dicionário de capa dura. Cada dia uma letra. E lá se foram mais de quinze dicionários. Quando engordou um pouco, o pai felicidade precisou comprar versões menores. E o menino que comia livros ganhou uma lancheira de lata para guardar os mini-dicionários.
Enquanto isso, a mãe enxaqueca corria contra a fome do filho para ler todos os livros do mundo. Eram muitos todos os livros do mundo, mas ela sabia que era só uma questão de tempo até que o menino que comia livros devorasse tudo. Seu filho ia crescendo e seu apetite acompanhava o ritmo acelerado da adolescência.
Um dia, numa livraria – chamada de padaria pelo menino - entre uma estante com os livros amargos de Camus e os salgados de Jorge Amado, o menino que comia livros viu uma cabeleira ruiva. Era pequena a menina ferrugem e, com a facilidade que só as pequeninas têm, lambia alegremente as capas de cada publicação que encontrava. Sua face mudava de acordo com o gosto, como se estivesse numa sorveteria de sabores infinitos. Ao terminar de passar a língua delicadamente sobre a Antologia Poética de Vinicius de Moraes, de repente, não mais que de repente, os olhos dos dois se cruzaram. Estarrecidos. Assustados. Deslumbrados. Ela, num misto de medo e surpresa, devolveu o livro à prateleira. Sem movimentos bruscos. Ele sorriu. Ela, aliviada, relaxou os ombros e sorriu de volta.
- oi, sou o menino que come livros. Meu nome é Pedro.
- e eu sou Isabela. A menina ferrugem.
Encostaram as mãos singelamente. Primeiro um dedo, depois outro. Até o braço todo. Lado a lado. E começaram a conversar. De sabores. Ambos sabiam que as tristezas, quando salgadas, já foram felicidade. Mas quando amargas, foram só decepção. A saudade só era doce para as crianças e os velhos. Para os adultos, azeda. E o amor? O amor era tutti-frutti. Um sabor inventado. Misturado. Sonhado.
Perto da seção de Culinária Portuguesa, beijaram-se devagar. “Comeste Saramago?”, perguntou Isabela. Ele acenou com a cabeça confirmando que sim. “Eu lambi O Primo Basílio”, ela confessou com o rosto enrubescido e um olhar maroto. “Eu sei”, disse malicioso.
Depois do beijo, ficou combinado que o menino que comia livros encontraria a menina ferrugem todos os dias entre as prateleiras daquela livraria. Sempre no mesmo horário.
Ela foi para casa com o sabor de toda a literatura do menino Pedro entre os lábios. Ele, de olhos fechados, sentia o doce gosto de Isabela espalhado por todo céu da boca.
Em casa, o menino que comia livros preferiu a macarronada da mãe enxaqueca, talvez só aquela noite. Quem sabe...E a menina ferrugem pediu sorvete de flocos para sobremesa. O dia seguinte seria de sabores suficientemente instigantes. Era melhor não atrapalhar o paladar.
E, assim, a mãe enxaqueca conseguiu ter só para si a estante do pai felicidade. E todos viveram felizes para sempre.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Alimento onírico

E das lágrimas doces do primo sardento que sempre comia bombons de cereja antes do bife acebolado, fez-se o sonho. Doce e azedo. Agridoce.

Porque é de sonho que se faz o chão, as paredes e o teto das pessoas de bem. A felicidade consiste em ter o inatingível. Em aguardar. Nos olhos que brilham com o inesperado que se espera.

Há quem sonhe com um dia, com um lugar, com outra vida. Há quem transforme os sonhos em objetivos. Ah, como esses se perdem pelas vias da realidade....

E tudo que quero agora é ter menos o que fazer. E mais o que sonhar.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O que me diz o envelope dourado

Há ainda quem viva de sonhos. E eu, em meio a meus pesadelos, esqueci. Mas ela não. Ela vai subir ao altar da igreja que tem a via sacra em azulejos portugueses brancos e azuis. Vai dizer sim a quem um dia disse não depois de uma conta paga. Cavaleiro. Ela, selvagem. Quase louca. Abriu a porta e saiu com o carro em movimento. Mas a roda da vida gira. Sem freios. E ela tem coragem para dizer sim. Bom, o que é um sim no altar perante um carro em movimento? Rien.
De branco, na profissão e no pessoal, é só uma vida. Feliz. Sem arroubos. Ela quer voltar para a cidade dos canais. Ele quer mais. E se equilibram. Ela fogo. Ele terra. Ela cuidando de crianças. Ele, dos mais velhos.
Por ela, não vou ver desfile nenhum. Nem viajar antes do grande dia. Ficarei aqui. Preocupada com chás, panelas e fraldas - porque tem a criança que vai nascer no mesmo dia do casório. E nem sabe ainda. Vou com um vestido bem bonito. Com maquiagem discreta. E esmalte clarinho. Vou chorar durante a marcha nupcial e não poderei olhar para nenhuma das outras cinco dancing queens. Não preciso. Chegamos. Cada uma ao seu destino. Com filho no colo, o porto seguro de todas, tatuada por seu amor na virilha. Eu e a noiva. Elas que me resgatam desde os quatorze anos das minhas dores. E rimos. E andamos abraçadas e saltitantes depois de algumas cervejas. E tiramos fotos. Ela vai para a Disney na lua de mel porque é seu sonho. Um sonho simples. Um belo sonho.

E eu vou só brindar a vida. À nossa! E aos sonhos.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ainda no mesmo tema

Da série: causas e consequências - II

To be or...

...not to be?

domingo, 13 de abril de 2008

"Tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com minha dor"

Da série: causas e consequências - I

Le tourbillon de la vie

Um pensamento bom...

...que quando se abre é todo azul.

Porque dizem que hoje é dia do beijo


sexta-feira, 11 de abril de 2008

US$ 1 = R$ 1,68

Se a cotação é essa, o embarque é logo ali.

Né, não?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Pântano da tristeza

Tem um bicho que voa perto da minha janela. Ouço grunidos do céu do décimo primeiro andar. Tenho medo. Mas não fecho as vidraças. Espero ansiosa que seja o cachorro cor-de-rosa do História sem Fim que tenha vindo me buscar.

Receita de homem

Ele precisa ser forte. Mas não daqueles que ficam sem pescoço. Basta ter braços para eu me perder e me apoiar. Bíceps. Precisa segurar minha mão, andar na frente quando descermos alguma escada e cuidar para que eu sempre fique do lado de dentro da calçada. E olhar antes do que eu para os dois lados da rua. Andar devagar quando eu estiver de salto e correr quando estivermos na praia. Abrir as portas e me deixar passar antes. Precisa me mandar flores. Mas só uma vez. Apenas para mostrar que sabe o que desejo. Precisa ter lido Camus e Nietzsche. Mas não muito. E ter gibis do Cebolinha. Ele tem de gostar da Sophia Coppola, do Woody Allen, do Lars von Trier. Do David Lynch, não. E saber, tanto quanto eu, as falas de Máquina Mortífera. Pode ter uma ou duas manias esquisitas e gostar de cinema mudo. Não precisa de bichos de estimação, mas tem de gostar de gatos. E cavalos. Aquário jamais. Precisa dirigir com cuidado e ter um relógio bonito. No armário, um terno Armani e tênis All Star. Branco. Precisa gostar de música e me ensinar os nomes que não conheço. Ganha dois pontos se tiver a voz de Eddie Vedder saindo do Ipod. Os pais devem ser comunistas. E ricos. Precisa me chamar para tomar café. Conversar. Ouvir. Beijar gostoso e me fazer gozar. E usar camisinha sem eu precisar pedir. Precisa gostar de crianças. Mas não muito. Ele vai me dar jóias em noites especiais e levar café na cama no meu aniversário. Precisa andar de bicicleta. Comer pizza e alho. Ter insônia. Algumas dúvidas, mas principalmente certezas. Não pode ser dentista, nem médico, nem engenheiro. Precisa me fazer rir. E, os feios que me desculpem, mas beleza é fundamental.

Se ele existe? Claro que não. És burra, minha filha?

Prioridades

Eu, não você. A criança sabedoria, não ele. A primeira das oito dancing queens que vai subir ao altar em junho na cidade que tem cheiro de mar e prédios tortos.

O resto que se foda.

terça-feira, 8 de abril de 2008

O outro lado

O menino que nunca sofria
De L.B., 07 de abril de 2008


O menino que nunca sofria vinha de um dinastia rica de sultões europeus. Nunca se soube que havia sultões na Europa, mas a família do menino que nunca sofria empinava o nariz e arrastava o sobrenome composto por hortas com toda a variedade de plantas. O pai do menino que nunca sofria era um homem rico e bom. Só não gostava que os animais invadissem sua horta. No passado, tinha matado um javali na frente de seus 318 filhos.
O javali era a criatura preferida do menino que nunca sofria, mas nem assim ele sofreu. Não correu para o jardim, nem chorou. Apenas tapou os olhos da mais nova, a menina-mais-simples-do-mundo. Um dia, quando um de seus 57 irmãos mais velhos lhe mostrou uma carta, em que contava em detalhes o assassinato do javali, ele rasgou a missiva em pedacinhos. E disse que não queria ouvir falar daquela história. E não sofreu. Nunca mais nos arredores da horta se falou na história do javali, que chamava Flor.
O menino que nunca sofria não guardava as histórias que não gostava, como a gente faz. Quando completou a maioridade subiu em um cometa e foi morar só na cidade que tinha ventiladores nas praças. Seu telefone tocava, como tocam os telefones daqueles que moram só e têm sorte. Mas ele não atendia. O menino que nunca sofria não atendia aos problemas. E não sofria.
Até o dia em conheceu a oriental. A menina dos olhos puxados enlouqueceu sua cabeça tão certa. E ele viveu, pela primeira e única vez, uma paixão. Paixão não combinava com ele porque rasga a gente por dentro. Rasgou-se todo, o menino. Sentia umas dores esquisitas, uma angústia sufocante, mas não soube reconhecer sofrimento. Descontente com o que não compreendia, fez uma cirurgia plástica.
Quando voltou do hospital, o menino que nunca sofria decidiu expulsar a oriental de sua vida, que paixão não era para ele. E não conseguia lidar com os órgãos internos se rasgando a cada toque. Paixão rasga a gente. Paixão machuca...continua em http://www.cilana.blogspot.com/

A menina oriental

Contos de Fadas para a Criança Sabedoria - I

Para L.B.

A menina oriental nunca via o Sol se pôr. Só conhecia o nascente. Estava fadada a adormecer enquanto o firmamento ainda estava azul claro como um quarto infantil. Sua mãe, uma gueixa apaixonada por um dragão, a acordava quando o dia ainda estava escuro – e, talvez, nem fosse um dia propriamente dito, apenas uma nova data no calendário. Juntas, ferviam a água para o chá e comiam biscoitos. A menina ajudava a mãe a se maquiar e a apertar as inúmeras camadas de tecido do quimono lilás com bordados laranja. Aos primeiros raios de sol, caminhavam com passos curtos até a porta para ver o sol nascer. E, muito antes do entardecer, as duas desfaziam cada etapa, como se voltassem a fita do dia. Para nunca envelhecer.
Na casa de bambu e sem móveis, não havia homem algum que entrasse. A mãe da menina sempre fora fiel ao dragão que só a visitava de doze em doze anos. Apenas uma vez o traiu. Era um verão tumultuado por guerras e disputas de território. Um samurai de rosto pintando de tinta vermelha e olhos oblíquos ofereceu flores brancas e um ombro quente para que ela recostasse a cabeça à noite. E ela, em troca, entregou o corpo e os truques que só uma boa gueixa conhece. Ele se refestelou, jurou amor eterno durante o gozo mais intenso que já teve e partiu. Como quem tem um vôo marcado para Viena às seis e quinze da manhã. E a menina oriental nasceu nove meses depois enquanto o sol despontava no horizonte.
Aos quinze anos, a menina de olhos puxados conhecera o menino que nunca sofria. Apaixonaram-se. Ela era como um raio de sol. Viva. Ele, calado. E acostumado a viajar em cometas. Mas falava enquanto dormia e não sabia. A menina oriental descobriu durante as noites em claro uma saudade que ele sentia de um javali, de um sultão e sobre hortas. Mas o que mais a impressionava era que, ao esperar que ele adormecesse, descobrira que o sol se punha. E enlouqueceu com a escuridão. E se fascinou com a lua. Ele, que acordado nunca sofria, não entendia como os olhos solares de sua amada transformaram-se em luas. Quatro fases em uma única menina oriental. Cíclica.
Ambos rasgaram-se em silêncio. Angustiaram-se. Ele não entendeu e partiu(-se). Ela entendeu. E calou. Repartida.
Ele sem saber, esqueceu-se dela e não sofreu. Porque nunca sofria. Ela que, mesmo quando em lua minguante sabia que logo mais o sol nasceria de novo, enxugou as lágrimas e trocou o quimono por calças jeans. E voltara a acordar muito cedo para não precisar acompanhar o entardecer.
Mas, eu sei, de vez em quando, ainda finge que dorme. E encolhida no tatame entre os origamis de cisnes, olha para as estrelas procurando um cometa com o menino que nunca sofria. E torce para ele voltar. Como se ele fosse um dragão e ela, apenas uma gueixa.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Meu Mr. Big (ou Monsieur Mersault)

No décimo segundo andar vi uma São Paulo com medo. Toda de concreto. Homens de terno e pés cansados perdidos em flats tristes no bairro que não tenho intimidade. Corredores intermináveis com carpete vermelho e fechaduras por cartão magnético. Lá dentro alguns livros em comum. Um deles, nossa cartilha. Comprados juntos por ele. O meu, um presente de aniversário que só recebeu a devida dedicatória dois anos depois e ficou em cima do chuveiro até ele ir embora. É, foi isso mesmo. Não precisa entender.
Aos 33 anos, o corpo é como eu queria que fosse aos 26. Mas não faz diferença mais. Ele se diz cada dia mais estóico, eu o acho mais humano. Mais sozinho e mais triste. E mais próximo. Como eu. Frágil às duas da madrugada. Mudamos nesses anos. E ainda somos os mesmos. A língua dele toca minha nuca e eu arrepio. Ele se excita. Comme il faut.
Na solidão dos corpos suspensos em uma capital de despedidas e pesares, ele me abraça antes de adormecer. E fica assim muito mais do que os quinze minutos que ele sempre disse ser o tempo máximo de tal aconchego. Acordo assustada e noto que a minha mão segura com força a dele. Sinto os corpos suados e o sono profundo desse braço que quase quebra minhas costelas - como o dentista fazia. É estranho. Confundo os nomes. As iniciais, que se fossem notas musicais seriam o lá, embaralham a valsa na minha cabeça. Durmo.
O movimentar da cama às quatro da manhã me encaixa de novo nos braços dele...Como deve ter sofrido este homem aos dezesseis anos. Muito cedo, ele levanta. E eu me espalho no colchão de molas. Liga o rádio, manda e-mails. Trabalha. Eu durmo. Ele me chama para conversar no banheiro apertado enquanto toma banho. Vou. Falo de Praga ou Berlim. Arrumo o blazer sobre a camisa listrada. Ganho um beijo. E me junto aos milhões que transitam por São Paulo em plena casual friday. Como se tudo estivesse correndo bem. Nos trilhos do bonde que matou Camus.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Quando o diagnóstico chega via e-mail

"Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.Os autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do estresse, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho. Entretanto, pessoalmente, julgamos que essa Síndrome de Burnout seria a conseqüência mais depressiva do estresse desencadeado pelo trabalho.
A Síndrome de Burnout pode ser prevenida quando os agentes estressores no trabalho são identificados, modificados ou adaptados à necessidade do profissional, quando se prioriza as tarefas mais importantes no decorrer do dia, quando se estabelece laços pessoais e/ou profissionais dando-os importância, quando os horários diários não são sobrecarregados de tarefas, quando o profissional preocupa-se com sua saúde e quando em momentos de descontração assuntos relacionados ao trabalho não são mencionados. O tratamento para a doença é variável, pois podem ser iniciados a partir de fitoterápicos, fármacos, intervenções psicossociais, afastamento profissional e readaptações. É importante ressaltar que a Síndrome de Burnout é diferente da depressão, pois a síndrome está diretamente ligada com situações ligadas ao trabalho, enquanto a depressão está ligada a situações pessoais relacionadas com a vida da pessoa.

Sintomas:
A Síndrome de Burnout ocasiona manifestações como:
Distúrbios psicológicos: insegurança, medo, ansiedade, inquietação, aflição.
Distúrbios orgânicos: hipertensão, disfunção digestiva, problemas cardíacos e dermatológicos, dores musculares, cefaléia e insônia.
Alterações comportamentais: dificuldades em lidar com problemas do cotidiano, procrastinação, impaciência com outras pessoas, indiferença, irritabilidade, intolerância.
Mudança no estado de ânimo: apatia e insatisfação na execução de tarefas, sentimento de tristeza profunda, infelicidade.

Vulneráveis:
Profissionais mais idealistas, que “vestem a camisa da empresa”, muito dedicados, que não se permitem errar e que lidam com pessoas, tendo alguma responsabilidade sobre elas, costumam ser mais vulneráveis ao burnout. E é justamente por envolver afeto e emoções, que a síndrome acomete, principalmente, médicos, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, jornalistas e professores. Mas pode atingir qualquer profissional e até donas de casa."

Talvez seja isso, talvez seja só a mesma dor de Nietzsche.

Chuva

Essa chuva que cobre o azul do firmamento e molha essa cidade de muitos milhões de habitantes é só parte de meus pensamentos. O cinza é a tristeza que me escorre e a água é a possibilidade de limpar a alma que anseio.