sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Emília no País da Gramática

Sonhei que com a nova norma ortográfica, as palavras terminadas em "or" passariam a ser escritas com "amor" - tipo quando telefone com prefixo 284 vira 3284...

Assim, "calor" ficaria "calamor".

Acho que devo suspender o molho de tomate da dieta.

domingo, 26 de outubro de 2008

promessa

juro que se hoje chover, vou à rua molhar-me.

Derrete-me

O Sol me abraça como se fosse férias. E eu transpiro. Arranco os cabelos. Assopro-me. Penso em tudo. Menos em você. Confundo-me. Erro a grafia das palavras. Desejo o começo e o meio. Lavo o rosto para refrescar e uma gota d'água escorrega entre meus seios pelo decote do vestido. Arrepio. Penso em lábios grossos e olhos de ressaca. Respiro pesado. Calor. Minha cabeça rodopia e minhas pernas se contraem. E a vida segue em Macondo.

domingo, 19 de outubro de 2008

Tudo que ela quer é indie rock

Heaven restores you in life
You're coming with me
Through the aging, the fearing, the strife
It's the smiling on the package
It's the faces in the sand
It's the thought that moves you upwards
Embracing me with two hands
Right will take you places
Yeah maybe to the beach
When your friends they do come crying
Tell them now your pleasure's set upon slow-release

O que falta é coragem

Ela pensa: Não quero mais. Ele nunca está aqui para juntar os cacos. Ele parte. Ela se reparte. E ele não fica para limpar a sujeira (como aquela outra gosta de explicar a tristeza). Então, é só combinar: ela vai lembrar dele com mais carinho. Sempre vai amá-lo. Vai beijar de leve os lábios que ela mais desejou e vai pedir: "Liberte-me de ti". Vai virar as costas e pegar um táxi amarelo. Sem arrependimentos. E vai dançar até o amanhecer.

Ela continua pensando... Agora só falta coragem.

sábado, 18 de outubro de 2008

Sonhos

- Sonhei com o senhor e com a vó essa semana.
- Ah é? Por isso que a gente vive.
- Hum?
- No meu tempo diziam que quando a gente sonha com alguém a pessoa vive mais.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

2008: o ano da não trepada

Eu não dei pro fotógrafo ao som do mar e à luz do céu profundo porque ele não tinha camisinha.
Também não trepei com o Diabo porque ele não conseguiu - e nem sabia que eu estava lá.
Com o penetra do casório da minha amiga, não fiz sexo porque eu estava sem camisinha.
O cinegrafista estava chapado e o espanhol tinha namorada no Parque Güell.
E, pelo jeito, também não vou trepar com você que eu não sei exatamente o que faz. Simplesmente porque você não me enxerga!

Ai, que ódio!

domingo, 12 de outubro de 2008

maçã do amor

me dá um vazio...dele...que nem existiu de verdade, né? ele foi um sonho, uma confusão de bêbada...e eu acreditei quando acordei

Eu que já chovi tantas vezes...

...Não fui eu que escrevi. Mas poderia.

"Vivi meses por conta de maria. Do trabalho rotineiro e de maria. Chegava e já ligava para ela, recebia ordens, ia visitá-la, jantava - raramente ia ao cinema ou ao teatro.
Uma pessoa difícil. Suave e carinhosa por vezes, cruel e sanguinária por outras. Os versos de Carlos a ribombar: 'A chuva me irritava. Até que um dia, descobri que maria é que chovia'.
Sento-me defronte à calçada, aguardo amigos que chegarão. Há tempos não chegava ninguém.
E maria respinga, mas não chove mais." - Ruídos Urbanos, Moacyr Godoy Moreira

Quase memória

Acordei com seu braço pesado quebrando minhas costelas. E minhas defesas. Eu, acostumada com uma alma vazia que mantinha distância até quando dormia, estava suada de você. Seu sorriso verde e olhos de dentista...bom dia e mais sexo. Minhas pernas não pisaram o chão sem tremer nesse feriado passado. Nem meu coração bateu sem ser no ritmo do seu. E naquele dezembro que você se foi para nunca mais voltar, eu morri. Toda vestida de branco.

São Paulo

Enquanto Vedder canta num show de 2000, a lua cheia grita no alto do céu. E mesmo quando está tudo bem, tenho vontade de parar. Aqui, na rua, em cima do ESCOLA escrito no asfalto. Parar. Abrir os braços e deixar o carro me acertar. Espatifar meus miolos. Acabar na velocidade e balanço do vento que sopra um tempo que promete esquentar. Finalmente. Given to fly, ele canta rouco.
Deste lado de cá, a cidade é mais São Paulo. O lugar dos órfãos, das putas, do abandono, do câncer. Do lado de cá, nada de ruas tranquilas e casas de classe média. Nada de 13° salário. Direitos trabalhistas e férias. Só vejo flashes e plumas. Cores que pintam de alegre a tristeza de quem não tem ninguém. Do lado de cá, estão os meninos que se escondiam no banheiro na hora do recreio porque se sabiam diferentes. Travestis e travestidos de sucesso. É aqui que eu respiro a leveza de ser e não ser um sobrenome com duas vogais. Orfã como os filhos de Auschwitz.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

07 de outubro

A primavera está cinza. Faz três anos que senti o mármore frio na pele. Invadindo-me. Rápido. Com pressa. E sinto como se fosse outra vida. Um tempo em que tinha sacolas pela sala, um lenço na cabeça e uma cerveja nas mãos. Eu vestia noivas.

Um cheiro de dama-da-noite invade a sala. E desejo do fundo de mim o seu ombro para me encostar. Suspiro. E continuo sem pensar nas tristezas dos amores que não acontecem.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Comunicação on-line

Ele quer me ver e falar comigo pelo skype. E me fala sobre um workshop in "Curitiva"...

E eu só quero um cappuccino do Starbucks.