quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Palavras

Algumas frases a acertam como uma bala de um filme do Tarantino. Bem no meio da testa. Para o sangue jorrar pela sala.

Difícil é ser especial quando se precisa ser normal. Difícil é alguém dizer que correu para falar com você, quando você quer esquecer. Mais difícil ainda é saber (em segredo) que a homenageada ... é você.

O bêbado e a equilibrista

(sonhei com essa música essa noite. Não haveria título melhor)

Ela não chorava há três dias. Setenta e duas lindas horas em que pensou que os tais "dias melhores" tivessem chegado. Errou.

Ela tem um homem que lhe diz que é linda. Um desses que tanto elogiam que dá até medo, mas que fazem do verão a melhor estação do ano. Tem um outro que lhe diz sacanagem via sms. Ela gosta. Mas não adianta. É o homem azul que ela quer. E ele esnoba - ou nem tanto. Provoca até, mas pra quê?

Ela se repete: melhor se não visse, melhor se não falasse, melhor se o não querer fosse realmente não querer. Não é. E ela desmancha. Feito tristeza - que ele mede e diz que não é grande. Errado.

Além dos dez centímetros do salto, ela equilibra o desejo e o não desejo dentro dela - e o dele. Equilibra as lágrimas para que elas não escorram pelo rosto borrando o rímel - e falha. Equilibra a sanidade. E ele bebe um copo de vodca.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tango

Eu, primavera, ouvi um tango na voz de Marisa Monte. Quase rezei por dias melhores. E calei.

Você, outono....

Eu e os sádicos

"...Outra explicação me foi dada por um amigo, anos atrás. Como ele não parava de descasar e casar-se com mulheres diferentes ou, mais de uma vez, com a mesma, ele me disse, para se justificar: 'não sou 'sádico'. Como assim? Pois bem, ele achava que recusar o casamento ao outro de quem gostamos (e que gosta de nós) só pode ser uma maneira de torturá-lo com uma privação: 'amo você, mas há algo que nunca lhe darei'." Folha de S.Paulo, Contardo Calligaris, quinta-feira, 22 de outubro.

Por ora, só conheci os sádicos. Todos me torturaram e sugaram até que meu corpo ficasse três (desta vez) ou seis (daquela outra) quilos mais leve. Enquanto isso a alma pesa. Mas até isso eles resolveram interceder: o último carrasco decretou o tamanho da minha tristeza - como se pudesse medi-la enquanto afaga o corpo de outra.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Perdida num domingo à tarde

I don't wanna talk
About the things we've gone through
Though it's hurting me
Now it's history
I've played all my cards
And that's what you've done too
Nothing more to say
No more ace to play
The winner takes it all
The loser standing small
Beside the victory
That's a destiny
I was in your arms
Thinking I belonged there
I figured it made sense
Building me a fence
Building me a home
Thinking I'd be strong there
But I was a fool
Playing by the rules
The gods may throw a dice
Their minds as cold as ice
And someone way down here
Loses someone dear
The winner takes it all.
The loser has to fall
It's simple and it's plain.
Why should I complain.
But tell me does she kiss
Like I used to kiss you?
Does it feel the same
When she calls your name?
Somewhere deep inside
You must know I miss you
But what can I say
Rules must be obeyed
The judges will decide
The likes of me abide
Spectators of the show
Always staying low
The game is on again
A lover or a friend
A big thing or a small
The winner takes it all
I don't wanna talk
If it makes you feel sad
And I understand
You've come to shake my hand
I apologize
If it makes you feel bad
Seeing me so tense
No self-confidence
But you see
The winner takes it all
The winner takes it all...
The game is on again
A lover or a friend
A big thing or a small
The winner takes it all
Someone dear...Takes it all...The loser ...Has to fall...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mais um 07 de outubro

Me mantive bem ocupada. Assim não precisava pensar. Em cada silêncio, havia uma tristeza. Melhor ficar no barulho.

Evitei um turbilhão de lágrimas, juntei um trilhão de cacos. Não era novidade. Mas ouvir em voz alta é pedir para os ecos reverberarem durante toda uma vida na minha alma.

...

Já tive outubros melhores. E imprevisíveis. Agora já sei o final na história.