segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Domingo

39°C. Dormi o caminho todo. O céu estava azul como na minha adolescência. As pessoas andavam de shorts com o biquíni por baixo. Sem vergonha das suas vergonhas. Gorduras e corpos caídos expostos sem problema. Pele de anos de sol. Bicicletas. Cheiro de mar. Cheiro de casa. Macarronada e sorvete. Muita falação. Muita vantagem. Muita bobagem. Picolé mais tarde. Meu avô ótimo. Uma queda, uma manha. Tenho medo de quedas. Só as crianças deveriam cair porque se levantam mais rápido. E é assim que deve ser. Uma bailarina de corda e roupa amarela que saiu do esquecimento do armário para borboletear nos sonhos de outra menininha. Melhor assim. Café. Conversa na cozinha. Estrada carregada na volta e uma chuva que me recebeu no alto da serra como comitê de boas-vindas.

“Posso nunca ser feliz, mas hoje estou contente.” A frase é da Sylvia Plath, mas hoje poderia ser minha.

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