sexta-feira, 27 de junho de 2008

Embriagada

Quando a vodca percorre acelerada pelas minhas veias e o vento frio gela minhas têmporas, é em você que penso. É quem desejo. Penso no espaço entre o queixo e o peito. Onde posso encaixar minha cabeça atordoada e tonta. Porque já não sei mais seduzir desconhecidos. Não quero. É um longo caminho encontrar conforto sob a atenção dos homens. E expor-me. Não quero outro. Não tenho paciência para tudo de novo. Quero o outro de você. Esse que descubro a cada café. A cada filtro de cigarro que queima. E quero também você. Que era outro. Agora, é esse. E que quero. Quero esse aí que também me quer. Mesmo que eu não entenda o motivo do seu querer que é meio mal-querer, bem-querer, mal-querer, bem-querer... Mas sei que é querer. E na confusão dos ATPs no meu sangue, a certeza de você me basta.

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