quinta-feira, 22 de maio de 2008

Reviravolta de Saturno

"Tudo muda", disse-me a loira da TV. Depois dos 28. Ah, a vida se transforma. "Fica melhor", confessou. E a profecia de um sete de outubro chuvoso no Guarujá - tão distante do outro perdido no tempo em que os trens paravam na rua João Moura - parecia afogada por um turbilhão de Jeanne Moreau. Fiquei a esperar.
E des-esperar. Agora...
TPM sem mau-humor? Acordar sem reclamar? Vontade de comer salmão e arroz integral - mas sem dispensar, ou renegar, o Big Mac de ontem? Não esperar que o telefone toque? Que ele apareça? Que ele me ame? Que me aprovem? E, afinal, quem é ele mesmo? Uma faxina social? Saber com quem passar e dividir o tempo? Respirar? Um vestido bonito no armário? Um curvex no banheiro? Uma criança a nascer? Um casamento para ir? Uma janela para abrir? Um verão em Nova York? Não chorar?
Então, é isso? Aconteceu?
É isso?

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