quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Vênus de Milo

Petrifiquei. De preguiça. Ou de culpa tardia por ter me lançado ao abismo em noite de música erudita. Mas se digo que é culpa, minto. Sentiram por mim, não eu. E me perdi.

Ou por convívio excessivo com mulheres assexuadas - sim, isso atrapalha. Faz o desejo parecer exacerbado. E não é. Ou o oposto. Mulheres-dragão com cara de gozo até em fotos com crianças. Faz meu desejo menor. Faz-me frígida. E nem sou.

Sou só gelo. Congelada de amor. Passiva. A esperar o cortejo. A esperar algo que não sei o que é. E é a certeza abraçada a angústia que me visitam à noite. Certeza porque sei o que ele queria. E também o que eu queria. E angústia por algo que não aconteceu. Inspiro o ar pesado do tempo que não volta. E expiro aflição.

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