sábado, 2 de agosto de 2008

Everything is gonna be all right

Ela sabe que eles nunca mais vão se encontrar. E tudo bem. Ele, não. A fez jurar que quando ela cruzar o oceano, eles se verão no Parque Güell. Ela prometeu. Mas não acreditou. O mediterrâneo não está no seu roteiro para o ano que vem. E ele diz que irá ao Brasil ver os prédios de Niemeyer. Ela não liga. As lembranças sempre passam pelo portão de embarque sem olhar para trás. Ela sabe. Ele quis ir com ela de metrô. Mas a linha E termina no Queens e ele precisava ir até a Espanha. “I really love you”, ele disse. Mas a música alta de uma banda indie qualquer a fez surda. “I don´t wanna go”. “I know, but you must go”, ela respondeu com ele tão colado a ela que foi difícil dizer o que precisava ser dito. Eles se abraçaram forte. Ele beijou os lábios dela e entrou num táxi amarelo. Ela atravessou a rua levando consigo o cheiro dele guardado entre o ombro e o lóbulo da orelha direita. E o rio Hudson derramou por seus olhos.

Nenhum comentário: