segunda-feira, 25 de maio de 2009

A dor do luto

Eu não entendo. Por mais força que faça, não sei o que é que me faz transbordar em lágrimas quando choro por alguém que morreu. Não é que dói como dói o coração partido. Não é saudades. Não é impotência por não ter impedido a morte de alguém. É só choro.
Derramo-me diante de uma foto, a lágrima reflete e brilha na moeda que a criança ganha da velha de touca. O tecido sob a mulher nua esparramada é tão derramado quanto meu pranto. E o pé torto da modelo que veste Chanel posa tal qual meus pensamentos. Que escorre pelo meu rosto por Higienópolis.

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