Foi no primeiro fim de semana desse março distante que vivi uma noite feliz. Foi quando minha boca encontrou a sua pela primeira vez. E na ilusão da paixão aos 19 anos, dormi sorrindo - e só deus sabe quando vou me apaixonar assim de novo... Lembro de voltar cantando pela madrugada, de achar o céu sobre a balsa mais estrelado.
Tanto se passou, tanto eu vivi nesses últimos 11 anos...Tantas cores meu cabelo teve, tantos beijos distribui pelo mundo.
Mas há um detalhe dessa noite que me joga no chão de lajotas frias da realidade sem cuidado: segurei sua mão para caminhar até o carro e você esticou os dedos gelados do copo de vodca. Uma rejeição silenciosa. E eu não ouvi porque era uma noite de barulhos.
Mais de uma década de repetições: carinho, rejeição, carinho, rejeição. Mas hoje acordei tranquila - ainda com os olhos pintados de ontem, não há marcas de lágrimas em mim. Tenho certeza que o meu amor você pedeu em setembro, o meu desejo em dezembro e o meu respeito é uma questão de tempo - o tempo...este sim, pode tudo. E eu não quero segurar a sua mão.
domingo, 7 de março de 2010
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