domingo, 27 de janeiro de 2008

Valsa

Acordei com vontade de ir ao Musée Rodin. Para você ver minha escultura favorita de todo o mundo. La Valse, de Camille Claudel. Nós iríamos bem cedo. Neste domingo nublado. Caminhando por uma Paris cinza, iríamos parar e ver os livros antigos nas bancas do Sena. E eu iria comer um crepe de nutella. Com os dedos lambuzados, você seguraria minha mão bem forte. Só para eu saber que sou sua.

Depois de passar por um set de filmagens com o Depardieu, estaríamos em frente ao museu, com frio. Eu te arrastaria pelos salões até minha escultura. Porque é minha. Há tempos. Camille esculpia como as mulheres amam. Um amor arrastado, um amor líquido. Capaz de contornar, se infiltrar. De se adaptar. E afogar. É persistente o amor feminino. E perigoso.

Na frente da pequena escultura, eu sentiria a respiração do casal que dança (e, eu sei, é a mesma que sai de você enquanto seu corpo pesa sobre mim. Uma respiração lenta e quente). Sentiria a força das mãos dele segurando todo o peso de um corpo frágil de bailarina. Sentiria tudo que escorre dos corpos que se amam. Como as formas de Camille. Como Rodin a quis e não quis.

E eu apertaria sua mão. Para saber que você também é meu. Sem nada dizer. E só pensei nisto tudo porque acordei com saudade. E com vontade de te fazer carinho.

2 comentários:

vodca barata disse...

querida pílula falante!
suas lhindas fotoglafias vão estar estando ficando prontas na terça feira!

subterfúgio desnecessário para que estejamos estando nos encontrâno. vai viajar na semana momesca?

beijo nesse corpo judeu,
ivoneide do dendê

vodca barata disse...

Aê feroz, cê pode tá me passando seu endereço via email?
Valhéu
:*

vodcabarata@gmail.com

ow daí a gente pode passear no brechó dos teus amigos after carnaval, néam?
:*