quarta-feira, 30 de novembro de 2011
tempo, ah, o tempo
1999 a única vida, eu digo.
e o agora, vida. Eu vivo.
Vedder continua cantando pra mim. Eu (ainda) tenho sapatilhas vermelhas (novas) para saltitar por aí. E (de novo) todo dia vou à casa cinza de que fugi por não suportar a dor dos olhos do fotógrafo triste.
Ninguém escreve mais como escrevia. E eu não acentuo mais ideia.
A criança sabedoria já dança balé. A sua menina vai para a escola e passa batom sabor morango (que era meu). O menino que vi nascer chama a mãe de chata.
As universidades na Grécia estão sem aula há 365 dias. E ele ainda me pede para sorrir. Lá da Antiguidade. E eu obedeço.
A pista ainda me surpreende. E eu vou embora com quem eu bem entendo. Porque, dizem, sou dessas.
Tudo mudou. Envelhecemos. Mas tem alguma coisa que nunca muda. E é bom.
Vou ver 2012 nascer numa Berlim fria. E aí, hein Susan Miller?
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quase setembro
meu horóscopo diz que as coisas vão mudar até outubro.
e se não mudarem?
quarta-feira, 13 de julho de 2011
sonhos
Sonhei com você a noite toda. Acordei achando que meia hora de café e cigarros talvez pudesse me fazer entender o que não consigo ver. Talvez a sabedoria de trapezista que vive em solo plano e confortável seja o que preciso agora. Mas não vou saber.
Tempos estranhos esses. Mal tenho fruta em casa.
Angustia.
Tenho vontade de chorar durante a tarde. Não por sua causa. Por minha mesma. Por não saber consertar o que fiz com minha vida. Por não confiar. Por não acreditar. Por não enxergar solução.
Quero morrer às vezes. E outras, ir para Berlim - sozinha. Desta vez.
domingo, 10 de julho de 2011
tristeza não tem fim
Nunca tive tanta vontade de morrer e, ao mesmo tempo, tanta certeza que não vou me matar. O tédio e a tristeza são tamanhos que não tenho nem forças para pedir minha morte.
O cabelo cresce e eu não corto. Os pelos crescem e eu raspo só por raspar. Os dias começam e terminam. Como sempre foi. A criança da mesa do lado faz birra pra não comer a batata e eu começo a achar o Destino sensato. Eu afogaria com minhas lágrimas uma criança gerada por mim. E, se não fosse afogada, morreria de tédio ainda um zigoto.
Está fácil não.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
vou viajar em dois dias
E é isso aí.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
vaivém da saudade
Vou atravessar as ruas entre táxis baratos e ouvir tango nas praças.
Sou eu. Eu, não eu.
Fiz o que meu soldado disse entre uma garfada num corte diferente de boi e uma batata frita: parei. "You should stop, you know it, don't you? You should". E eu parei. De ver, de falar, de pensar... Não, de pensar não. Você ainda existe de um jeito torto nos meus registros cerebrais. Mas, depois de arranhar ainda mais minhas cicatrizes, é verdade, eu parei.
E aconteceu tanta coisa e não aconteceu nada. Vou pisar a terra de Cortázar sem a tristeza de outrora. Porque, dela, meu soldado me tirou.
Mas vou entrar na tristeza da saudade. E vou me lembrar de mim, do soldado, do soldado em mim, de Berlim, da Baronesa de Itu e vou tomar café o tempo inteiro. Isso não é férias.
Mas está tudo bem. Estamos todos bem. É o que importa. Move on.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Não fique triste que esse mundo é todo seu
terça-feira, 15 de março de 2011
fim de semana
Um homem Azul. Que eu não tenho mais coragem de ver.
Sonhei duas noites com as palavras de Patti. Não fui trabalhar na segunda-feira.
Tive a pior cólica dos últimos 10 anos. Não tinha ninguém para me ajudar até que meu útero parasse de contrair. Tão presente em mim. Meu útero. Queria arrancá-lo com minhas unhas vermelhas feitas por uma manicure carioca. Vomitei.
Recebi, pela primeira vez, uma proposta digna de trabalho. Não tenho, pela primeira vez, para quem contar. Nem um amigo, nem um homem.
Entrei no Netão com medo de encontrar almas perdidas. Estava muito quente. Fomos embora. E não vi ninguém. Ufa.
Santa Cecília é padroeira da música. A Patti também escreveu isso.
Eu queria ser perfeita. Disse Nina Sayers em outro fim de semana. Eu também queria. Não sou. Nem para mim.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Contardo, te amo!
sexta-feira, 4 de março de 2011
É carnaval!
Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim.
Ai meu bem, não faz assim comigo não!
Você tem, você tem que me dar seu coração!
Meu amor, não posso esquecer,
Se dá alegria faz também sofrer.
A minha vida foi sempre assim:
Só chorando as mágoas que não têm fim.
Essa história de gostar de alguém
Já é mania que as pessoas têm.
Se me ajudasse Nosso Senhor,
Eu não pensaria mais no amor.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Somos todas um pouco Carrie...
"So, I sat there and had a glass of wine...
...alone.
No books, no man, no friends, no armor...
...no faking."
terça-feira, 1 de março de 2011
Era uma vez um sádico e uma bailarina
Do dicionário
"Sadismo: prazer com o sofrimento alheio".
Não, eles não têm um caso. Nem nunca tiveram. E eles não têm nada a esclarecer um ao outro.
Ela o amou muito e foi relevando todas as mancadas, bebedeiras, grosserias, vaidades. Ela relevou. E seguiu amando paciente. E suportando o peso de um sádico dançando sobre seus escombros e tristezas. Ela suportou. Ela pensou que, tal qual o fim de um livro de Gabriel García Márquez, eles pudessem ficar juntos. Um dia. Tranquilos. Mas não podem.
Aí, veio um soldado cipriota e plantou entre tantas cicatrizes uma semente de amor. Puro. Amor que dá a mão de manhã. Amor que bagunça a casa. E virou rei desse corpo. O reinado, sabe-se, tinha dia e hora para acabar. E acabou. Sem cicatrizes. Sem mesquinharias. Sobrou o amor. Que ele ainda espalha entre a neve polonesa.
Ela, forte e leve, amada, foi perambular pela noite. Se encantou com gatos e sapatos, dormiu com o rei momo de olhos verdes e descobriu que transa que nem música! Não, o sádico nunca soube. Que tolo. O sádico nunca saberá. O sádico a fez sangrar o corpo na primeira vez e manteve a alma dela em hemorragia. E é só isso. O sádico transa com ele mesmo. É primo de Narciso. O sádico transa entre coxas rígidas e espalha a tristeza. Acha que isso é vida, pobre dele.
Então, ela estava lá. Um dia, no meio da chuva, o céu nublado escondeu o caminho. Ela perdeu o compasso e caiu no abismo de 2010 - ou seria 1999? Quanto chegou ao chão, o som metálico de seu corpo batendo na fórmica estourou os curativos das cicatrizes e ela ardeu. As memórias saltaram como pus. O sádico regozijou. Era o palco que ele precisava para testar sua vaidade. Bronzeado de dias na praia, sapateou na cabeça dela e proferiu sua filosofia sádica e macabra. Ela morreu.
Mas a chuva caiu forte entre marchinhas de carnaval e alagou a cidade cinza dos sem amor. A chuva levou o pus daquele corpo bege e sem vida e fez novamente brotar a semente cipriota. Guardada com o carinho que uma criança envolve um feijão num algodão, a semente do amor fala sempre mais alto quando brota. E ela ouviu.
A semente diz com sotaque grego que aquele sádico não pode julgá-la. Que não é ele quem vai rotular os relacionamentos dela. E que não é ela quem se esconde.
A semente diz entre cafés turcos que ela não gosta mais dele - por isso ele não subiu até o apartamento dela em dezembro, por isso ela não o desejou no Réveillon...
A semente diz que ela precisava ir ao pilates. E ela foi. Os músculos da bailarina precisam estar rígidos para que ela continue transando que nem música por aí.
E o sádico? Ah, ele precisa de tratamento. Mas isso não é problema dela.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Ctrl + C, Ctrl + V
segunda-feira, 22 de março de 2010
Que seja infinito enquanto dure
Nem eu.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Ele prometeu...
Ele mentiu.
Acho que prefiro quem mente dizendo que vai ligar. E não liga.
eu não vou chorar
eu não vou chorar... só porque ele parece tão feliz lá debaixo da neve e eu pareço tão triste do lado debaixo do Equador.
eu não vou chorar... afinal, semana que vem é carnaval.
eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar eu não vou chorar
domingo, 20 de fevereiro de 2011
tempo
Não vai dar tempo. Ela pensa. O útero conta os dias. O coração, as semanas. O ginecologista, os anos. Ele não existe. Ela não gerará.
Não vai dar tempo. Ela pensa. O salário é curto.
Não vai dar tempo porque tudo passa rápido demais.
março vem chegando
Talvez por causa da música de me ninar que fala das águas de março e o fim do verão. Talvez pelo meio do caminho - seis meses mais velha do último aniversário, seis meses mais nova do próximo. Não sei.
Isso também passa.