Quantas pessoas temos dentro da gente? Quantos nos somos? Pode um carimbo no passaporte nos apresentar outra persona? Podem o frio, o sol, a chuva, a cerveja, o sexo, uma magoa, uma saudade, uma tristeza sem fim transformar a gente?
Quantas eu sou? Quantos ele é? Qual eu meu deve encontrá-lo, aquele ele, não qualquer ele?
Quanto dele quero saber? Quanto de mim ele suportaria? Qual eu meu eu quero mostrar? Quero ser loira ou ruiva? Quero uma tarde de sol ou uma noite de chuva? Quero um amor que nunca acaba ou um bem curtinho para guardar na memória só o que foi bom? Quero ser brasileira, nova-iorquina, argentina ou europeia?
Quero ser comunista ou capitalista? E quem ainda liga pra isso no mundo?
Se não quero rótulos, porque não deixo a garrafa sem nada, limpa e translúcida, a disposição das ondas para chegar a um cais qualquer? E que cais e o meu? Santos, NY ou Buenos Aires?
sexta-feira, 7 de maio de 2010
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Um comentário:
Nossa...nunca parei pra pensar em mim dessa forma. Sempre fui bem definida, mesmo estando em constante evolução. Mas vou ler e reler várias vezes. Gostei muito!
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