Eu andei. Não, corri. Corri por toda Itacolomi, molhada de chuva. Respirando sua juventude. Imaginando seus retornos embriagados no terceiro andar daquele prédio. Nos meus lábios, o roxo de um vinho francês do restaurante de esquina. No celular, uma mensagem que nunca chegou. Cuidado. O outro me respondeu, com louvor. No coração, um amor que transborda de mim. Alaga a zona norte. Um amor que não suporto. Meus olhos enchem de lágrimas e ainda estou na esquina com a Piauí. E penso no filme que vi. Tão você, e tão eu. E ele. E me confundo. E me isolo. Nas ruas vazias de um domingo à noite chuvoso e com o Oscar passando na TV, só minha respiração é ouvida. Forte. Quase um pedido de socorro. Passo pela casa de minha chefe. E tudo está escuro no quinto andar da mulher mais feliz que conheço. E tudo está escuro em mim também. A lua decrescente ilumina meu caminho perto da santa e suas velas. A luz do posto na Jaguaribe me cega. E eu só penso em você. Penso que sei. Eu amo sozinha e queria sugar de você todas as suas aflições. Porque amar é isso. É guardar em si as aflições do outro. Mas quem vai tirar as minhas? Em qual ombro vou recostar minha cabeça e dormir tranquila? Podia tanto ser você...
Happiness is only real when you share...
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário