Se você pretende saber quem eu sou
Eu posso lhe dizer
Entre no meu carro na estrada de Santos
E você vai me conhecer
Você vai pensar que eu não gosto nem mesmo de mim
E que na minha idade só a velocidade
Anda junto a mim
Só ando sozinho
E no meu caminho o tempo é cada vez menor
Preciso de ajuda
Por favor me acuda
Eu vivo muito só
Se acaso numa curva eu me lembro do meu mundo
Eu piso mais fundo
Corrijo num segundo
Não posso parar
Eu prefiro as curvas da estrada de Santos
Onde eu tento esquecer
Um amor que eu tive
E vi pelo espelho na distância se perder
Mas se o amor que eu perdi eu novamente encontrar
As curvas se acabam
E na estrada de Santos não vou mais passar
Não, não vou mais passar
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
O fotógrafo
Um dia ele me deu um livro com um desenho de giz. E disse que eu era a menina que fez a lua descer. Hoje, ele se apagou. Fechou para sempre os olhos tristes iguais aos de meu pai.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
feriado, nublado em SP
É no fim do dia que a flor que comprei perfuma a casa. E Eddie canta:
To the ocean of my platitudes
Longitudes, latitudes, it's so absurd
I just need someone to be there for...
I just want someone to be there for...
Someone to be there for...
'Cause I'll stop trying to make a difference
I'm not trying to make a difference
I'll stop trying to make a difference
No way
Ooh, let's call in an angel
To the ocean of my platitudes
Longitudes, latitudes, it's so absurd
I just need someone to be there for...
I just want someone to be there for...
Someone to be there for...
'Cause I'll stop trying to make a difference
I'm not trying to make a difference
I'll stop trying to make a difference
No way
Ooh, let's call in an angel
domingo, 19 de abril de 2009
A menina de vidro morre (outra vez)
A menina de vidro já caiu tantas vezes que pensa que não se parte mais. Ela brinca de pular de galho em galho. Escorrega, às vezes cai, mas a folhagem segura e ela pensa - enganada - que é ela que não quebra. Mas a verdade é que os cacos são tão pequenos que ela, quando quebra, vira uma estátua de açúcar. Cristais pequeninos de tão juntos. Fica ali, com cara de nada. Só ouvindo o que Ele fala e vendo a vida passar. A vida, sabe, corre apressada e de bunda dura.
Aí, a menina de vidro desafiou o Destino que há tempos não via. "Eu vou lá e vai ficar tudo bem. Você, seu Destino, não sabe de nada. Ele é igual ao senhor, gosta da gente sem explicar como e às vezes fazendo mal, mas diz que gosta e eu, que sou de vidro, acredito sempre". A menina se arrumou e, do alto do 11° andar, se atirou. Esfarelou-se no chão quente do asfalto do outono. Por cima, passou, desta vez, a moça de beiço vermelho, a que tem nome de personagem mitológico, a filha do milionário. E Ele também. Rindo dela. Em cacos. De novo. Repeat, repeat, repeat.
Sobre o farelo que ficou a menina de vidro, Ele dança com as bacantes até o dia clarear. E rindo do pó que virou a menina.
Ela, quando a orgia acaba (a deles, não a dela), respira fundo e junta os cacos. De novo. Volta para o andar azul. E conversa com Edward Louis Severson III que sussura rouco: I take a walk outside. I'm surrounded by some kids at play I can feel their laughter, so why do I sear. Oh, and twisted thoughts that spin round my head. I'm spinning, oh, I'm spinning. How quick the sun can, drop away. And now my bitter hands cradle broken glass. Of what was everything. All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...All the love gone bad turned my world to black. Tattooed all I see, all that I am, all I will be...yeah...I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star. In somebody else's sky, but why, why, why. Can't it be, can't it be mine.
A menina de vidro quer vomitar. Mas vai só dormir. Amanhã estará tudo bem. Repeat, repeat, repeat.
Aí, a menina de vidro desafiou o Destino que há tempos não via. "Eu vou lá e vai ficar tudo bem. Você, seu Destino, não sabe de nada. Ele é igual ao senhor, gosta da gente sem explicar como e às vezes fazendo mal, mas diz que gosta e eu, que sou de vidro, acredito sempre". A menina se arrumou e, do alto do 11° andar, se atirou. Esfarelou-se no chão quente do asfalto do outono. Por cima, passou, desta vez, a moça de beiço vermelho, a que tem nome de personagem mitológico, a filha do milionário. E Ele também. Rindo dela. Em cacos. De novo. Repeat, repeat, repeat.
Sobre o farelo que ficou a menina de vidro, Ele dança com as bacantes até o dia clarear. E rindo do pó que virou a menina.
Ela, quando a orgia acaba (a deles, não a dela), respira fundo e junta os cacos. De novo. Volta para o andar azul. E conversa com Edward Louis Severson III que sussura rouco: I take a walk outside. I'm surrounded by some kids at play I can feel their laughter, so why do I sear. Oh, and twisted thoughts that spin round my head. I'm spinning, oh, I'm spinning. How quick the sun can, drop away. And now my bitter hands cradle broken glass. Of what was everything. All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...All the love gone bad turned my world to black. Tattooed all I see, all that I am, all I will be...yeah...I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star. In somebody else's sky, but why, why, why. Can't it be, can't it be mine.
A menina de vidro quer vomitar. Mas vai só dormir. Amanhã estará tudo bem. Repeat, repeat, repeat.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
O outono não me pega mais
O sol gelado das terças-feiras, o vento da noite, o cheiro seco e a fome no fim da tarde me lembram chá de maçã e encontros escondidos ou um cappuccino numa xícara marrom e um prédio delta. Lembram um tempo de possibilidades. Um tempo de céu azul de Trident verde. Ao contrário do que os astrofísicos me dizem, os dias, para mim, são mais longos no outono. Longos e languidos. Cheios de reminiscências.
A chuva faz o vento entrar nervoso na minha casa. Lembro das sensações que quero de volta. Uma tarde no parque. Um café corrido na Paulista. Um cinema mofado. Uma história que se passa do outro lado do Atlântico. O cheiro ácido do seu pescoço no fim do dia. Um Alpino nas suas mãos. Uma vontade. Uma esperança. Um sonho.
A tranquilidade vigente encontra a lágrima guardada sob o brilho do olhar. E ela conta o tempo. Tic-tac, tic-tac. O outono de hoje não é o de 1999, nem de 2001. O tempo passa. E eu já estou com quase 30. Mas o outono não me entristece mais.
A chuva faz o vento entrar nervoso na minha casa. Lembro das sensações que quero de volta. Uma tarde no parque. Um café corrido na Paulista. Um cinema mofado. Uma história que se passa do outro lado do Atlântico. O cheiro ácido do seu pescoço no fim do dia. Um Alpino nas suas mãos. Uma vontade. Uma esperança. Um sonho.
A tranquilidade vigente encontra a lágrima guardada sob o brilho do olhar. E ela conta o tempo. Tic-tac, tic-tac. O outono de hoje não é o de 1999, nem de 2001. O tempo passa. E eu já estou com quase 30. Mas o outono não me entristece mais.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Pessach
Há de se respeitar um povo que optou em carregar suas próprias pedras no deserto em vez de aceitar passivamente o pão do opressor.
Eu, que me fortaleço-e-me-escondo atrás desse muro de rochas, não lamento. E sigo. Afinal, um passo para frente, é sempre para frente. Com pedras ou não pelo caminho.
Eu, que me fortaleço-e-me-escondo atrás desse muro de rochas, não lamento. E sigo. Afinal, um passo para frente, é sempre para frente. Com pedras ou não pelo caminho.
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